terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E L E G I A

Elegia

Só tu que
não existes
Me dás calma.
Porque não tens alma,
Porque não consistes.

Mesmo quando voltas
- tu que não estiveste-
não me trazes nada;
nem mesmo o calor
da chama apagada.

Porque não te tenho
E vivo contigo,
Porque não te quero
Nem sou teu amigo
Deixa-me o teu corpo:
Ânfora vazia,
Vinho de ciúme.
Deixa-me o que fui
- o meu eco em ti...

[Fernando Tavares Rodrigues]

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