“Senhor da Pedra fim da tarde” Autor: António Amen
Não choreis nunca os mortos esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos adormecidos.
E quando à tarde o Sol, entre brasidos
Agonizar… guardai longe, as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras
Para os que vivem, nudos e vencidos.
Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos
Da multidão sem fim dos que são vivos
Dos tristes que não podem esquecer.
E ao meditar então, na paz da Morte
Vereis talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.
[Pedro Homem de Mello]
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