A Saudade…Saudades já não sente
Passa por ti o meu olhar, perdoa.
Vai para longe, cansado e descontente;
Sei que te dói bastante e te magoa
Porque me julgas cega ou indiferente…
Mas vejo, meu amor, vejo tão longe
Que temo de ficar onde me queres;
Invejo a solidão de qualquer monge,
Aceito a esmola que por fim me deres…
Quem dera que meus olhos alcançassem
Apenas o que fica à minha beira;
Não queria mais, senão que caminhassem
Perto de ti, seguindo a tua esteira…
Visão de louca, fumo de um cigarro,
Bruma que tapa o sol incandescente…
E no destroço a que enfim, me agarro,
A saudade…saudades já não sente.
[Maria Manuel Cid]
Sem comentários:
Enviar um comentário