terça-feira, 14 de setembro de 2010

Madrugada



Já vem rompendo ao longe a madrugada
Nas sombras da calada noite escura
Vem num manto de estrelas, embrulhada
Criança sempre em flôr e de alma pura

E a noite se afastou silenciosa
Escondida nos segredos do pecado
E a madrugada vem tão carinhosa
Para apagar um mal sempre lembrado

Dorme a noite perdida nas vielas
Embalando um queixume doloroso
No espaço há vozes tristes e singelas
Correndo atrás de um sonho mentiroso

Bendita sejas tu, oh madrugada!
Em tua luz se acende um novo dia
Das cinzas morre a noite embriagada
Num fogo, onde só arde a fantasia

[Guilhermina Frazão]

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