Mar
Na melancolia de teus olhos
eu sinto a noite se inclinar
e ouço as cantigas antigas
do mar.
Nos frios espaços de teus braços
eu me perco em carícias de água
e durmo escutando em vão
o silêncio.
E anseio em teu misterioso seio,
na atonia das ondas redondas,
náufrago entregue ao fluxo forte
da morte.
[Vinicius de Moraes]
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