terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cala-te, a luz arde entre os lábios...

Cala-te, a luz arde entre os lábios

Cala-te, a luz arde entre os lábios
e o amor não contempla
sempre, o amor procura,
tacteia no escuro,
essa perna é tua? esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua,
morreria agora se mo pedisses.
Dorme,
nunca o amor foi fácil,
nunca, também a terra morre.

[Eugénio de Andrade]

Sem comentários:

Enviar um comentário