quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Há uma Mulher a Morrer Sentada

Há uma Mulher a Morrer Sentada

Há uma mulher a morrer sentada
Uma planta depois de muito tempo
Dorme sossegadamente
Como cisne que se prepara para cantar

Ela está sentada à janela. Sei que nunca
Mais se levantará para abri-la
Porque está sentada do lado de fora
E nenhum de nós pode trazê-la para dentro

Ela é tão bonita ao relento inesgotável

É tão leve como um cisne em pensamento
e está sobre as águas
É um nenúfar, é um fluir já anterior ao tempo

Sei que não posso chamá-la das margens

[Daniel Faria]

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