Auto-Crítica
Cesário diz-me muito: gostava de ferramentas, como eu e vê-se que para ele o ser feliz era lançar, originais e exactos os seus alexandrinos empunhar ferramental honesto cuja eficácia ele sabia que não vinha da beleza mas da perfeita adequação. Não tem halo, tem elo e o seu encadeado é o verso habilmente proseado.
(Que feliz eu seria, ó prima se o Cesário me tivesse deixado uma garlopa!) António Nobre, embora seja muito em inho, é o grande Só que somos nós por isso gosto dele(ai de mim, coitadinho!)
(E em conclusão do megalómano discurso, ó prima, um bilhete-postal para o Pessoa, a quem devemos todos tanto, a prima inclusive!)
Muito querido Pessoa, saberias agora que não basta ser lúcido, merda que não basta a gente coser-se com as paredes e cercar de grandes muros quem se sonha, que não basta dizer… basta de provincianos!
[Alexandre O’Neill] |
Sem comentários:
Enviar um comentário