domingo, 23 de janeiro de 2011

Última Porta

Última Porta

Abandonou-se ao desespero
foi como um náufrago sem rumo
nunca na vida foi sincero
por fim perdeu todo o aprumo
falta de amparo, andou fugido
não viu na vida um mau prenúncio
até que ao fim desiludido
pôs nos jornais mais este anúncio:

«Resto de esperança ... perdeu-se
do Largo da Ilusão, à Rua do Esquecimento
tem manchas de ingratidão e sinais de sofrimento
quem a achou se não se importa
entregue-a mesmo à saída
do Beco, do Fim da Vida ... Última porta?...»

Vida que eu sei, que anda ao acaso
que não se inveja nem se gaba
uma licença a curto prazo
que ninguém sabe quando acaba
não a ganhou era uma herança
foi dissipada aí a rodos
como perdeu também a esperança
vem amanhã nos jornais todos!

[Frederico de Brito]


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