quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O BEIJO

O BEIJO

Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escaracéu.
Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha colorida,
Vai batendo como a própria vida
Um coração vermelho pelo ar.

E é a força sem fim de duas bocas
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

[Alexandre O'Neill]

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