domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pequeno poema

Quando eu nasci
ficou tudo como estava
nem homens cortaram veias
nem o Sol escureceu
nem houve estrelas a mais...
Sómente
esquecida das dores
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram
não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

[Sebastião da Gama]

Eras sempre a primeira a dar-me os parabéns, esperavas religiosamente pela meia-noite e cinco, a hora que nasci.
 Lembro, quando fiz 8 anos, estavas internada no IPO, nessa altura travavas a primeira de muitas batalhas que se seguiram até ao fim (Esta era contra o cancro da mama, tinhas 35 anos).
 Vieste de fim-de-semana de propósito, fazer a minha festa de aniversário, não querias que eu me sentisse um menino diferente dos outros.
 Grande Guerreira, que foste Querida Mãe, a minha Mãe!
Hoje não quero aniversário, morri por dentro naquele dia em que te foste.Quem sabe um dia, ainda te vou voltar a encontrar Mãe!

Sem comentários:

Enviar um comentário