quarta-feira, 20 de abril de 2011

Alvorada

E de súbito um corpo.
Alvorada sombria, alvorada nefasta
envolta nuns cabelos.....
eram negros e vivos.
Quem sofria, só de vê-los?
Eram negros e vivos como chamas.
Brilhavam azulados sob a chuva.
Brilhavam azulados como escamas
de sereia sombria sob a chuva...
Veio cedo de mais a trovoada.
O vento lembrou-me quem eu sou:
Alvorada suspensa, contemplada por alguém
que chegou a uma sacada
e à beira da varanda vacilou.

[David Mourão-Ferreira]

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