domingo, 24 de abril de 2011

Hora de amor

Vem.
Adormece encostada a este braço
Mais débil do que o teu.
Entrega-te despida
Nas mãos dum homem solitário
Que a maldição não deixa
Que possa nem sequer lutar por ti.
Vem.
Sem que eu te chame, ou te prometa a vida.
E sente que ninguém
No descampado deste mundo, tem
A alma mais guardada e protegida.

[Miguel Torga]

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