domingo, 5 de junho de 2011

A Alma

Votada ao fogo obediente ao perigo
Feroz do amor ser muito e o tempo pouco
Chegas ébrio de sonho, ó estranho amigo
E eu não sei se por mim és anjo ou louco.


Num beijo infindo queres morrer comigo.
Nesse extremo és sagrado e eu não te toco.
Esquivo-me: o teu sonho mais instigo.
Fujo-te: a tua chama mais provoco


A incêndio do teu sangue me condenas
E com ciumentas ervas te envenenas
Dizendo às nuvens que só tu me viste.


Bebendo o vinho de amantes mortos queres
Que eu seja a mais prateada das mulheres.
E de ser tão amada eu fico triste.

[Natália Correia]

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