João Barcelos (Vento do Sudoeste)
Parti com o vento. O mar cheirava a sal.
Rangiam mastros, estalava a quilha
mas ganhando a distância, milha a milha
o meu barco vencia o temporal.
Finalmente aproámos a uma ilha
envolvida num tépido areal
onde não vimos rasto de animal
mas que cheirava a sândalo e a baunilha.
Seria o céu? À sombra de um coqueiro
repousavam asas do veleiro
como asas dum pássaro doente...
Bananeiras, hibiscos e bambus
leite de coco, sumo de cajú...
Seria o céu?, Talvez, mas sem serpente.
[Fernanda de Castro]
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