domingo, 28 de agosto de 2011

Canção

Pelos que andaram no amor
Amarrados ao desejo
 De conquistar a verdade
 Nos movimentos de um beijo
 Pelos que arderam na chama
 Da ilusão de vencer
 E ficaram nas ruínas
 Do seu falhado heroísmo
 Tentando ainda viver!

 Pela ambição que perturba
 E arrasta os homens à Guerra
 De resultados fatais!
 Pelas lágrimas serenas
 Dos que não podem sorrir
 E resignados, suicidam
 Seus humaníssimos ais!

 Pelo mistério subtil
 Imponderável, divino
 De um silêncio, de uma flor!
Pela beleza que eu amo
 E o meu olhar adivinha
 Por tudo que a vida encerra
 E a morte sabe guardar
 Bendito seja o destino
 Que Deus tem para nos dar!

[António Botto]