terça-feira, 9 de agosto de 2011

Já lentamente sofro a tua água, o sopro

Já lentamente sofro a tua água
 o sopro da memória nas colinas.
deste-me um corpo
 a casa onde acordar, o vento  e a terra
 e a paz desconhecida.
Nesta cave de pele te implorei os dias
o óleo da manhã, nas mãos desertas.
A cada instante me devora o gume
embotado da tua luz sonora.

afasta do meu rosto
 a tua vã promessa.
Deixa que seja brando
 o sono sem lembrança
 um chão de terra nua.
Do teu jardim de chamas
… me despeço.

[António Franco Alexandre]