Já lentamente sofro a tua água
o sopro da memória nas colinas.
deste-me um corpo
a casa onde acordar, o vento e a terra
e a paz desconhecida.
Nesta cave de pele te implorei os dias
o óleo da manhã, nas mãos desertas.
A cada instante me devora o gume
embotado da tua luz sonora.
afasta do meu rosto
a tua vã promessa.
Deixa que seja brando
o sono sem lembrança
um chão de terra nua.
Do teu jardim de chamas
… me despeço.
[António Franco Alexandre]