quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Em casa de Menino de Rua...


3 comentários:

  1. Nos tempos da minha mãe era tão poucos eletrodomésticos, um ferro de passar, uma TV que servia para todos os cômodos e para todas as pessoas que dividiam o mesmo canal, normalmente o canal escolhido pelos pais.
    Um liquidificador já era suficiente para fazer tantas coisas e a batedeira e maquina de lavar eram muito pouco usadas, as peças dos eletrodomésticos eram de ferro, havia pouca coisa de plástico nelas e eram muito duráveis, os moveis eram de madeira de verdade e duravam por gerações.
    Nos tempos da minha mãe telefone tinha fio, ter uma extensão era quase luxo e as pessoas tinham que discar números e gritar telefoneeeeeeeeeeeeee para alguém da casa atender, normalmente os jovens, que recebiam muitos telefonemas, ficavam em pé ou deitados ao lado do telefone falando por horas enquanto seus pais gritavam ao lado... “Que era hora de desligar porque a conta seria alta no final do mês”.
    Pouca coisa quebrava, porque não existia quase nada pra quebrar... O carro, a linha telefônica, o aparelho de som 3 em1 talvez... Ou a vassoura (risadas)
    Os brinquedos eram dados só no natal e dia das crianças, o chuveiro tinha que desligar rapidinho pra não gastar agua, xampu era só um pouco... Não era pra desperdiçar.
    E lavava-se mais roupa com sabão em pedra do que se usava o sabão em pó...
    Refrigerante era só no domingo e exercícios a gente fazia brincando e nas aulas de educação física, ninguém frequentava academia e íamos ao medico só quando alguma coisa estava doendo (risadas).
    Parece que haviam menos doenças complicadas, veterinário... Só quando o cachorro tava morrendo e olhe lá...
    Vacina pra cachorro era só da raiva e a gente ficava na fila com o cachorro esperando, virando o rosto na hora que a moça ia aplicar a injeção no cachorro.
    As contas eram menores, o pai que sustentava a casa, a mãe e o filho tinham medo do pai que chegava a casa com fome e nervoso... As mães ameaçavam de contar “as coisas” para o pai... Que era muito temido e respeitado, mas dificilmente elas contavam alguma coisa (risadas) na maioria das vezes até escondiam as travessuras para não ver seus filhos tomarem palmadas de mão de pai que era mais pesada do que o chinelo havaiana da mãe.
    Havia placas de “precisa-se” do lado de fora das fabricas e não se falava muito em desemprego.
    Andava-se muito de ônibus e algumas vezes minha mãe e eu, fazíamos o trajeto a pé para economizar o ônibus e tomarmos sorvete de garrafa, daqueles coloridos que a maquina fazia....baratos e deliciosos.
    Havia lata de lixo de ferro e houve até um tempo que as garrafas de leite eram de vidro e tinham tampinha de papel alumínio.
    No lixo quase não havia plástico e quase não se jogava nada fora também.
    Às vezes me questiono sobre aqueles tempos e fico imaginando quão distante ele está... Às vezes em meu saudosismo eles parecem ser mais certos e tranquilos... Ou limitados... Às vezes mais ecológicos, menos capitalista, menos tenso... De qualquer forma é um passado tão distante que é quase inatingível, impensável... Diante de tantos objetos desnecessários que nos rodeiam e que nos tomam tanto tempo em manutenção, em trocas desnecessárias, em perdas de sono, em gastos insanos, em perdas para uma natureza que pensávamos ser ilimitada e que na verdade não é...
    sandra fichera

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  2. antonio eu achei tão lindo essa citação...posso colocar em meu blog? aí eu coloco que extraí do seu blog...que lindo isso...em casa de menino de rua o ultimo a dormir apaga a lua...isso é mto lindo mesmo...amei

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    1. Claro que pode e deve, adorei e não podia estar em melhor lugar que no seu blogue, Poeta Adorada de além-mar. ;)

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