sexta-feira, 23 de março de 2012

A noite vem…

A noite vem buscar secretamente
através das dobras das cortinas
brilho de sol esquecido no teu cabelo.
Olha, nada mais quero que não seja
ter entre as minhas, as tuas mãos
 e ser tranquilo e bom todo cheio de paz.

Fazes-me crescer a alma que estilhaça
o dia-a-dia em cacos
 e assim ganha uma amplitude
 que é milagre teu:
Nos seus molhes de aurora
 vão morrer as primeiras ondas de infinidade

[Rainer Maria Rilke]

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