Quero-te
como se fosses
a presa indiferente
a mais obscura das
amantes.
Quero o teu rosto
de brancos cansaços
as tuas mãos que
hesitam
cada uma das
palavras
que sem querer me deste.
Quero que me
lembres
e esqueças
como eu te lembro
e esqueço:
num fundo a preto
e branco
despida como a
neve matinal
se despe da noite,
fria, luminosa…
voz incerta de rosa.
[Nuno Júdice]
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