quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Se as minhas mãos pudessem desfolhar


Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio o teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu  sinto-me oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
horas mortas antigas.

Eu pronuncio o teu nome,
nesta noite escura,
e o teu nome  soa-me
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem o meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se os meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

[Federico García Lorca]

3 comentários:

  1. Depois do comentário da Cidissima, com o qual concordo em absoluto, só te digo que estive aqui!
    Beijinho

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  2. oi antonio...belo poema
    passei para te deixar um beijinho
    fica com Deus amigo
    sempre...

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