sábado, 4 de setembro de 2010

Uma breve história do Zé do Telhado



José do Telhado (José Teixeira da Silva) nasceu no lugar do Telhado, freguesia de Castelães de Recesinhos (Penafiel), a 22 de Julho de 1818.

  Foi um famoso salteador Português do século dezanove e era chefe da quadrilha mais famosa do Marão. Juntos levaram a cabo um grande número de assaltos em todo o norte de Portugal entre 1842 e 1859. É conhecido por "roubar aos ricos para dar aos pobres" e por isso muitos consideram-no como o Robin Hood portugês. Impedido de casar com uma prima, por 1836 alistou-se em Lisboa nos Lanceiros da Rainha, logo com o posto de sargento e alcançou fama na Revolta dos Marechais. Obtido o casamento com Anna Lentina, em 1845, logrou baixa do exército, e tiveram quatro filhos.

 Em 1846, interveio como liberal na Revolução da Maria da Fonte, sendo-lhe imposta a Ordem da Torre e Espada, por salvar o Visconde de Sá da Bandeira.

 Um ano depois, regressou a casa, após a Convenção de Gramido. Conheceu dificuldades com credores de dívidas e inimigos políticos, pelo que escapou para o Rio de Janeiro, e esteve no Rio Grande do Sul. Mas não de deu bem e, de volta, ingressou numa quadrilha do irmão, tendo chefiado vários assaltos com violência, ajudando porém a gente pobre.

 Em 1859, tentou nova fuga para o Brasil. Capturado já no barco e julgado no Porto, em 1861, conviveu na Cadeia da Relação com Camilo Castelo Branco. A cumprir degredo perpétuo em Angola, participou numa operação militar contra indígenas, pelo que lhe foi comutada a pena em 1865. Estabelecido como negociante de marfim em Sanza, juntou-se com uma indígena do Malange, vindo a falecer em 1875, e ali foi sepultado e venerado. Revelado por Camilo em Memórias do Cárcere, o Zé do Telhado inspirou a literatura de cordel, romances biográficos (Eduardo de Noronha, 1923), uma opereta e três filmes (Rino Lupo, 1929; Armando de Miranda, 1945-49).  

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