Da arte de bem cavalgar
Faz de conta que és tronco que a maré rejeita
deitado e imóvel no liso areal
com uma pernada altiva que espreita
o purpúreo mistério, a boca corporal.
De joelhos se ponha a mulher eleita
assente nas canelas, o tronco vertical
com as pernas abertas, simetria perfeita
sobre a ponta da verga dura como metal.
Que te monte depois como um jockey de classe
sugando dentro dela o ávido arção
num rápido crescendo, como se procurasse
vencer distanciada o derby da tesão.
E tu, dócil cavalo que os colhões tens por sela
partilha o seu triunfo, geme e vem-te com ela.
[Fernando Correia Pina]
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