Quem quer que sejas, vem a mim apenas
De noite, quando as rosas adormecem!
Vem quando a treva alonga as mãos morenas
E quando as árvores de voar se esquecem.
Vem a mim quando, até nos pesadelos,
O amor tenha a beleza da mentira.
Vem quando o vento acorda os meus cabelos
Como em folhagem que, ávida, respira…
Vem como a sombra, quando a estrada é nua
Nem risco de asa, vem, serenamente!
Como as estrelas, quando não há Lua
Ou como os peixes, quando não há gente…
[Pedro Homem de Mello]
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