domingo, 15 de maio de 2011

APELO

Quem quer que sejas, vem a mim apenas
De noite, quando as rosas adormecem!

Vem quando a treva alonga as mãos morenas
E quando as árvores de voar se esquecem.

Vem a mim quando, até nos pesadelos,
O amor tenha a beleza da mentira.

Vem quando o vento acorda os meus cabelos
Como em folhagem que, ávida, respira…

Vem como a sombra, quando a estrada é nua
Nem risco de asa, vem, serenamente!

Como as estrelas, quando não há Lua
Ou como os peixes, quando não há gente…

[Pedro Homem de Mello]

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