sábado, 4 de junho de 2011

Irrompe do teu corpo iluminado

Irrompe do teu corpo iluminado
toda a luz, de que o mundo sente a falta
Não a que mais reluz, só a mais alta
Só a que nos faz ver o outro lado

do bosque onde o Futuro e o Passado
defrontam o Presente que os assalta
num combate indeciso a que nem falta
o sabor de saber-se ilimitado

Irrompe assim a luz, entre os extremos
da mesma renovada madrugada
E vibra a cada instante um novo grito

Com essa luz do grito, é que nós vemos
que Passado e Futuro não são nada
apenas o Presente é infinito!

[David Mourão-Ferreira]


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