Camões, por Júlio Pomar
A dor que a minha alma sente...
Não a saiba toda a gente...
Que estranho caso de amor...
Que desejado tormento...
Que venha a ser avarento
Das dores da minha dor!
Por me não tratar pior
Se sabe ou se sente, não a digo a toda a gente!
Minha dor e a causa dela.
A ninguém ouso falar.
Que seria aventurar
A perder-me ou perdê-la
Pois só em padece-la a minha alma está contente.
Viva no peito escondida... Dentro da alma sepultada...
Ou me mate... Ou me dê vida...
Ou viva eu triste ou contente
Não quero que saiba a gente!
[Luis Vaz de Camões]
Sem comentários:
Enviar um comentário