domingo, 17 de julho de 2011

Quantas vezes

Quantas vezes caminhei pela praia
à espera que viesses.
Luas inteiras.
Praias de cinza invadidas pelo vento.
Quantas estações quantas noites indormidas.
 Embranqueceram-me os cabelos.
 E só hoje quando exausto me deitei em mim
Reparei que sempre estiveste a meu lado.
 Na cal frágil dos meus ossos.
 Nas hastes do mar infiltradas no sangue.
 Na película dos meus olhos quase cegos.

[Casimiro de Brito]

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