Faça-se luz
neste mundo profano
que é o meu gabinete de trabalho:
uma despensa.
As outras dividiam-se por sótãos
eu movo-me em despensa
com presunto e arroz
livros e detergentes.
Que a luz penetre
no meu sótão mental
do espaço curto
E as folhas de papel
que embalo docemente
transformem o presunto
em carruagem!
[Ana Luísa Amaral]