Na nocturna solidão
Meus beijos de longe vão
Cair mortos a teus pés
Vão no luar irmanados
Correndo loucos, coitados
À noite de lés a lés.
Na noite sonho liberto
Sinto talvez mais perto
O calor do teu olhar
E a minha canção vadia
Com a noite magra e fria
Sem te poder encontrar.
Quando pela madrugada
Vem a verdade orvalhada
E a fria realidade
Tudo então desaparece
E do que a luz esvanece
Fica somente a saudade.
[ Manuel de Andrade]
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