O que é preciso é entender a solidão!
O que é preciso é aceitar mesmo
a onda amarga que
leva os mortos.
O que é preciso é esperar pela estrela
que ainda não está completa.
O que é preciso é que os olhos
sejam cristal sem
névoa e os lábios de ouro puro.
O que é preciso é que a alma vá e venha
e ouça a notícia do tempo
entre os assombros da vida e da morte
estenda suas diáfanas asas, isenta por igual.
de desejo e de desespero.
[Cecília Meireles]
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