segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

SONETO DE AMOR

Não me peças palavras, nem baladas
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio
Deixa cair as pálpebras pesadas
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua...unidos
Nós trocaremos beijos e gemidos
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois.. abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus, não digas nada...
Deixa a vida exprimir-se sem disfarce!

[José Régio]

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