Ai madrugada pálida e sombria
em que deixei a terra de meus pais...
e aquele adeus que a voz do mar trazia
dum lenço branco, a acenar no cais..
em que deixei a terra de meus pais...
e aquele adeus que a voz do mar trazia
dum lenço branco, a acenar no cais..
0 meu veleiro era de espuma fria
levava-o o fervor dos vendavais.
À passagem gritavam-me: onde vais?
Mas só o meu veleiro respondia.
Cruzei o mar em direcções diferentes.
Por quantas terras fui, por quantas gentes
nesta longa viagem que não finda.
Só uma estrada resta, mais nenhuma:
na Ilha que o passado envolve em bruma,
um lenço branco que me acena ainda...
[Natália Correia]
À partida de S. Miguel
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