terça-feira, 10 de maio de 2011

Manhã Cinzenta


Ai madrugada pálida e sombria
em que deixei a terra de meus pais...
e aquele adeus que a voz do mar trazia
dum lenço branco, a acenar no cais..


0 meu veleiro  era de espuma fria
levava-o o fervor dos vendavais.
À passagem gritavam-me: onde vais?
Mas só o meu veleiro respondia.


Cruzei o mar em direcções diferentes.
Por quantas terras fui, por quantas gentes
nesta longa viagem que não finda.


Só uma estrada resta, mais nenhuma:
na Ilha que o passado envolve em bruma,
um lenço branco que me acena ainda...

[Natália Correia]


À partida de S. Miguel


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