Georges! Anda ver meu país de Marinheiros
O meu país das Naus, de esquadras e de frotas!
Oh as lanchas dos poveiros
A saírem a barra, entre ondas e gaivotas!
Que estranho é!
Fincam o remo na água
até que o remo torça, à espera da maré
Que não tarda aí, avista-se lá fora!
E quando a onda vem, fincando-o a toda a força.
Clamam todos à uma: “Agora! agora! agora!”
E a pouco e pouco, as lanchas vão saindo
(Às vezes, sabe Deus, para não mais entrar…)
Que vista admirável! Que lindo! Que lindo!
Içam a vela , quando já têm mar:
Dá-lhes o vento a todas, à porfia.
Lá vão soberbas, sob um céu sem manchas
Rosário de velas, que o vento desfia.
A rezar, a rezar a Ladainha das Lanchas:
Senhora “Nagonia”!
Olha acolá!
Que linda vai com seu erro de ortografia…
Quem me dera ir lá! …
[António Nobre]
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