quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Coruja

A coruja agoira-me
e diz-me que nunca chegarei
além onde o desejo me leva
e assim evapora-se o sonho

O tambor foi tocado
na noite densa do feitiço
enquanto Kokwana Muhlonga
apitava o Kulungwana mortal

Na noite sem estrelas
dois gatos pretos iluminaram
a cabana da Kokwana Hehlise
que morreu depois dos gatos terem miado.

Eu lutando comigo só
é impossível vencer as ondas
que feiticeiramente me esboçam
as corujas, gatos e tambores.

[Malangatana]

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